Clama um dito popular que o Brasil é um país sem memória. Ainda que possamos criticar essa famosa máxima, o fato é que o país está repleto de bens culturais ameaçados, um patrimônio que corre o risco ser perdido para sempre. Seja por falta de verba, interesse das autoridades ou desconhecimento da população, diversos bens que compõem o patrimônio cultural brasileiro encontram-se em alto risco de perda de valor patrimonial. Em diversas partes do Brasil, documentos de arquivo, livros, edificações, espaços públicos, acervos museológicos, práticas, saberes, línguas encontram-se em estado de deterioração ou em risco de desaparecimento. Isso sem falar em outras partes do mundo, onde estruturas estatais frágeis ou guerras põem em risco um patrimônio de valor incalculável para toda a humanidade. Para abrir um debate sobre essa questão tão importante, a revista Acesso Livre dedica o dossiê de seu nono número (janeiro-junho de 2018) ao tema “Patrimônio ameaçado”.
Serão recebidos artigos que contemplem um amplo arco de discussões sobre patrimônio ameaçado, tanto do ponto de vista empírico quanto teórico, os riscos ao patrimônio material e imaterial, o tratamento dado à questão no Brasil e em outros países, ações de instituições multilaterais, assim como exemplos bem-sucedidos de reconstrução, revitalização ou recuperação. Também serão recebidos artigos livres, traduções, entrevistas e resenhas. O prazo para submissão é 13 de abril de 2018.
As submissões devem ser enviadas para o e-mail revista.acessolivre@gmail.com
Palácio Monroe, no centro da cidade do Rio de Janeiro, em imagem de cartão postal da década de 1920. O palácio, bem de alto valor patrimonial para a cidade do Rio de Janeiro, foi demolido em 1976 por decisão política. Foto Wikimmedia Commons